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4.11.16

Criança

Tá feio!
E do jeito que veio, vai demorar.
A maré sobe devagar, enquanto o povo sofre
Pisado, amarrado e pobre
Tentando gritar

Tá foda!

A gente nem sabe direito o que aconteceu
Ele subiu à força e ela desceu sem lutar
A tal da esperança, morrendo de medo
Feito criança, apanhando na rua, tomando atropelo

Perdida e sem rumo, calada, nua

Tentando ocupar pra ver se resiste
Mas eles insistem em lhe maltratar
É só uma criança, então, lhe pergunto:
Depois disso tudo, o que vai sobrar?

De tudo se fala, mas lá nas sacadas

Só existe silêncio
De quem protestava com ódio e com raiva
Daquelas panelas, que agora caladas
Lhes servem jantar, e a mistura é o desprezo

Aí, me pergunto:

Estão satisfeitos ou envergonhados?
Ficaram acuados ao verem o espelho?
O Verde e amarelo do orgulho ferido
Está desbotado e anda jogado no fundo do cesto

Chora, criança!

Teu sangue é vermelho, sim!
Mas seu nome nunca foi Democracia
Mentira de quem manda te prender desse jeito
Teu nome verdadeiro é o que inspira milhões de vidas

Utopia

Obrigado por manter vivo
O lado esquerdo do peito 
De um povo
Assim tão sofrido

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