Tá feio!
E do jeito que veio, vai demorar.
A maré sobe devagar, enquanto o povo sofre
Pisado, amarrado e pobre
Tentando gritar
Tá foda!
A gente nem sabe direito o que aconteceu
Ele subiu à força e ela desceu sem lutar
A tal da esperança, morrendo de medo
Feito criança, apanhando na rua, tomando atropelo
Perdida e sem rumo, calada, nua
Tentando ocupar pra ver se resiste
Mas eles insistem em lhe maltratar
É só uma criança, então, lhe pergunto:
Depois disso tudo, o que vai sobrar?
De tudo se fala, mas lá nas sacadas
Só existe silêncio
De quem protestava com ódio e com raiva
Daquelas panelas, que agora caladas
Lhes servem jantar, e a mistura é o desprezo
Aí, me pergunto:
Estão satisfeitos ou envergonhados?
Ficaram acuados ao verem o espelho?
O Verde e amarelo do orgulho ferido
Está desbotado e anda jogado no fundo do cesto
Chora, criança!
Teu sangue é vermelho, sim!
Mas seu nome nunca foi Democracia
Mentira de quem manda te prender desse jeito
Teu nome verdadeiro é o que inspira milhões de vidas
Utopia
Obrigado por manter vivo
O lado esquerdo do peito
De um povo
Assim tão sofrido
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